mágoa.

E ali estava ela, sentada, com a sua pele de tez branca agora tingida do vermelho das suas veias a adensarem e a dilatarem violentamente em instantes de toda a dor que o seu coração grita e soluça de revolta. Os seus olhos claros, de azul céu ou verde esperança brilhavam cada vez mais, já não do fascínio mas sim das lágrimas que lhe percorriam toda a face, lágrimas de desilusão.
Lá estava ela, sentada, entre quem mais ama, mas que no fundo para eles, ela não passava de uma desconhecida. 
Nunca irão compreender uma palavra dela, nunca irão compreender um gesto dela, porque apesar de ser a eles que ela ama, eles não a conhecem verdadeiramente. 
Não conhecem os seus sonhos e ambições! 
Não conhecem as suas ideias e segredos de menina! 
Não conhecem as suas manias e todos os seus sorrisos!
Não a conhecem.
E ainda , lá estava ela, sentada, com vontade de saltar do seu canto de quarto em direcção a eles para lhes mostrar toda a sua raiva, toda a raiva de eles simplesmente não a conhecerem, mas era uma raiva fugaz.
Agora?
Agora, lá está ela sentada, só ela e a mágoa. Só lhe resta a mágoa.(escondida pelo sorriso e pela vontade de levantar)